Título

ANALISE DO GRAU DE MOBILIDADE, EQUILIBRIO E CAPACIDADE FUNCIONAL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA EM HOSPITAL DE SÃO PAULO.

Resumo

Introdução: Os pacientes submetidos ao transplante de medula óssea passam por um período de isolamento protetor que restringe as atividades físicas, o que, associado à toxicidade dos agentes quimioterápicos pode potencializar os efeitos deletérios para o sistema cardiopulmonar e musculoesquelético. Portanto, fadiga e fraqueza muscular são queixas frequentes nestes pacientes. Os efeitos adversos provocados pelo repouso prolongado no leito podem ser atenuados através do início precoce da intervenção fisioterápica, realizada após avaliação funcional criteriosa. Portanto, o objetivo deste estudo foi descrever as alterações da capacidade física encontradas nestes pacientes, antes e após a realização de transplante de medula óssea. Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo realizado por meio de revisão dos prontuários dos pacientes internados para transplante de medula óssea entre janeiro e abril de 2022. Os pacientes foram acompanhados pela fisioterapia durante o período de internação e tiveram sua capacidade funcional avaliada no primeiro dia de internação pré-transplante e no último dia de internação pós transplante utilizando as ferramentas “ICU Mobility Scale” para avaliar grau de mobilidade, “Teste de Tinneti” para avaliar equilíbrio estático e dinâmico, “Timed Get Up and Go” para avaliar mobilidade e equilíbrio funcional e “Teste de senta e levanta de 1 minuto” que avalia a capacidade física funcional e a resistência periférica dos membros inferiores. Resultados: Foram inseridos na análise 15 pacientes, sendo 33% do sexo feminino e 67% do sexo masculino, com idade média de 57,2 anos (mínimo de 19 e máximo de 74 anos). Dos 15 pacientes um foi excluído da análise por não possuir avaliações pós transplante. Da amostra restante, 86% evoluíram com manutenção e 14% evoluíram com piora do grau de mobilidade, quando avaliado o equilíbrio, 7% evoluíram com melhora, 57% com manutenção e 36% com piora da pontuação. Na avaliação da capacidade funcional, 14% evoluíram com melhora, 21% manutenção e 64% com piora do número de repetições no teste de senta e levanta de 1 minuto. Foi realizado também a avaliação “Timed Get Up and Go” em 8 pacientes, onde 50% evoluíram com melhora, 13% manutenção e 38% com piora na performance. Conclusão: Com a análise realizada, observamos que os pacientes submetidos ao transplante de medula óssea podem evoluir com declínio funcional decorrente da doença, tratamento e tempo de internação e que este declínio se dá principalmente devido à redução da tolerância à atividade física conforme demonstrado pela quantidade de pacientes que tiveram piora na performance no teste de senta e levanta de 1 minuto. A identificação deste declínio é importante para que haja um maior incentivo para a inclusão destes pacientes em programas de reabilitação pós alta e para que haja um aprimoramento das orientações ofertadas ao paciente, principalmente as relacionadas à prevenção de quedas.

Palavras Chave

transplante de medula óssea; Fisioterapia; Reabilitação

Área

Fisioterapia

Instituições

BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

MARY ELLEN FIGUEIREDO RUFFATO, GABRIELA DE ANDRADE SILVA, FERNANDA LOBO REZENDE, PRISCILA APARECIDA MARIA SANTOS, CAROLINE GOMES E SILVA, CAROLINA PEREIRA LOPES