Título

PERFIL DA UTILIZAÇAO DA MORFINA POR PACIENTES EM UNIDADES DE INTERNAÇAO ONCOLOGICA.

Resumo

Introdução: a dor oncológica pode ocorrer em 30% dos pacientes. Tem como causa diversos fatores, como: efeitos diretamente relacionados ao tumor e efeitos decorrentes do tratamento, além de ter um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Segundo a abordagem proposta pela OMS o tratamento farmacológico da dor oncológica deve ser realizado de acordo com sua intensidade, tendo indicação de opióides fortes, como a morfina, em dores intensas. Dos pacientes com dor oncológica de 45 a 56% apresentam dor moderada ou intensa, por esse motivo se faz importante o estudo do uso da morfina nesses pacientes. Objetivo: Verificar o perfil dos pacientes em uso morfina nas unidades de internação oncológica. Método: trata-se de um estudo quantitativo, documental, retrospectivo e descritivo realizado com pacientes internados nas unidades de internação Onco-Hematológica em um Hospital de Grande Porte no Estado de São Paulo, que durante a internação fizeram uso de morfina. A coleta de dados deu-se por intermédio dos prontuários eletrônicos dos participantes do estudo. Para isso, foi utilizado um instrumento de coleta elaborado pelos próprios autores. A análise descritiva dos dados qualitativos foi baseada na frequência absoluta e porcentagens, as quantitativas por meio de medidas resumo, histogramas e boxplots. Resultados: a porcentagem de homens e mulheres se mostrou semelhante com média de idade igual a 68 anos. Dos pacientes, 50% já utilizavam analgésicos previamente a internação, durante a internação foi observado uma baixa adesão a terapias não farmacológicas e um grande número de associações medicamentosas visando o controle da dor. Foi constatado a falta de registro da dor, esse dado estava faltando para 76 pacientes no início da terapia . Dentre os com a medida, a mediana foi de sete no início da internação e seis no fim. Como características da utilização da morfina foi observado que 4,5% utilizaram oral, 3,8% utilizaram subcutânea e 93,2% intravenosa. Para os que utilizaram intravenosa, a forma de infusão contínua predominou. O tempo de utilização teve como mediana sete dias. Em relação aos efeitos adversos o mais comum foi constipação, seguido de boca seca e agitação. Foram encontradas 438 interações medicamentosas, dentre elas a mais comum foi com Ondansetrona, seguida de Midazolam, Haloperidol e Metoclopramida. Conclusão: Não foi demonstrado diferença significativa entre pacientes hematológicos e de tumores sólidos, o que está de acordo com a literatura encontrada. A forma de utilização da morfina esta condizente com as posologias e vias de administração e efeitos adversos encontradas na literatura, o que demonstra a utilização padronizada. A avaliação da dor se demonstrou ineficaz para avaliação dos pacientes, porém a falta dessa informação dificulta ainda mais o controle da dor, visto que se utiliza a avaliação para o manejo desse sintoma. Sugere-se pesquisas sobre aplicação de ferramentas de avaliação da dor e ainda sobre o impacto da aplicação de terapias integrativas na dor oncológica.

Palavras Chave

Morfina, Hospitalização, Dor do câncer, Perfil de saúde e Oncologia.

Área

Farmácia

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

ALICE BARBIERI CARVALHO, GABRIELA SANDOVAL DA SILVA, TAYNNA TATIANE PEREIRA, VALERIA ARMENTANO DOS SANTOS, FLAVIA MANFREDI CAVALCANTI, DANIELLA CRISTINA DE OLIVEIRA