Título

INSTRUMENTO DE AVALIAÇAO DE RISCO E COMPLEXIDADE EMOCIONAL EM UNIDADE DE TMO ADULTO

Resumo

Atualmente a literatura que aponta sobre aspectos psicológicos e psiquiátricos no processo de TMO é extensa, denotando o impacto emocional dessa vivência em pacientes, familiares e cuidadores. A seu lado, a sistematização da avaliação e acompanhamento psicológico em Unidades de TMO é imprescindível, na apropriação de decisões a respeito do diagnóstico, tipo de tratamento necessário e prognóstico. Este estudo objetiva apresentar o instrumento de avaliação de risco e complexidade emocional utilizado pelo Serviço de Psicologia Hospitalar, na Unidade de TMO do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, que tem função diagnóstica e de orientador dos focos a serem manejados, além de constituir-se em instrumento de avaliação continuada no período de hospitalização. A avaliação inicia-se pelo reconhecimento dos dados de identificação, seguindo-se a avaliação da história da pessoa (HP) e história pregressa da doença atual (HPMA), aspectos sempre facilitadores a criação de vínculo. Segue-se o reconhecimento dos antecedentes clínicos e emocionais pessoais e familiares e de avaliação da função cognitiva. A seguir, o Psicólogo avalia o estilo de vida, atividade física praticada, sono e uso de tabaco e álcool. As informações sobre o adoecer e hospitalização também são avaliadas, entendendo se o paciente compartilhou sobre o diagnóstico, o nível de informação e conhecimento sobre diagnóstico e tratamento. Avalia-se estrutura e funcionamento familiar, o impacto da doença na família e a composição da família nuclear atual, visando verificar a rede de apoio do paciente. Os riscos psicológicos são também evidenciados pela avaliação do estado psicológico geral do paciente, exame psíquico e manifestações psíquicas, associados ao reconhecimento de antecedentes mórbidos pessoais ou familiares, expectativas irreais relacionadas ao adoecer e/ou TMO, dificuldades em compreender e colaborar com a assistência proposta na hospitalização, poucas informações sobre o adoecer e necessidade de realizar TMO, fantasias e falsos conceitos sobre o processo, sequelas emocionais presentes advindas do adoecer e hospitalização pessoais e/ou familiares, ausência de apoio social, história de não adesão ao tratamento, dificuldades em mudança no estilo de vida, frágil estado psicológico geral e negação de atendimento psicológico. Define-se a complexidade emocional do paciente, podendo ser alta, média e baixa seguindo critérios para essa avaliação. O Psicólogo então define um plano terapêutico que visa o acompanhamento psicológico devido à complexidade emocional do paciente ou a vigilância psicológica. No período de maio de 2021 a maio de 2022, o instrumento foi utilizado em 807 avaliações e acompanhamentos psicológicos tendo se mostrado como excelente ferramenta na sistematização das informações dos vários aspectos do funcionamento do paciente. Constatamos em nossa Unidade que a detecção precoce de risco psicológico significa um grande diferencial com relação ao tipo e qualidade do atendimento oferecido, bem como diminuição do sofrimento e de custos operacionais institucionais, realçando o melhor cuidado, a integralidade, a interdisciplinaridade, a humanização e a ética no cuidar.

Palavras Chave

Avaliação de risco psicológico, Complexidade emocional

Área

Psicologia

Instituições

BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

DANILO FREITAS MACIEL, HELOISA BENEVIDES CHIATTONE, REGINA CÉLIA ROCHA, SIMONE MAURICIO DE LIMA